O trânsito daqui é de desanimar. Hoje demoramos 3 horas para chegarmos ao local de trabalho. Saímos às 7 da manhã de casa e chegamos às 10 horas. É mais ou menos como se eu morasse em Ribeirão Preto e todo dia fosse trabalhar em São Paulo. E quando chove ou o presidente resolver sair de casa então… aí fode com tudo de vez, pode colocar na conta mais meia hora ou mais.
Mas o trânsito por aqui também tem algumas curiosidades. Tem as candongas, essas vans azuis, que são o transporte público de Luanda. Tem aos montes. E os candongueiros são barbeiros pra valer.
É também no trânsito que se pode verificar como é latente a desigualdade social desse país. Os carros são 90% novos e grandes, muito grandes. Só se vê SUV´s por todo lado. É Tucson, Hilux, Santa Fé, Captiva. E tudo isso passando ao lado de casebres a beira de córregos, com esgotos a céu aberto e lixo a dar com pau, escorrendo dos morros.
Os carros aqui são muito baratos se comparados com os preços do Brasil. Uma Tucson, por exemplo sai por 16 mil dólares, o equivalente a 30 mil reais, male má. E por isso é comum encontrarmos carros abandonados pelas ruas, pois quase não existem peças para manutenção, muito menos mão-de-obra qualificada para efetuá-las, sendo mais fácil descartá-los do que repará-los.
Por causa dos congestionamentos desenvolveu-se por aqui um grande comércio por entre os carros. Vende-se de tudo o que se possa imaginar. Durante as horas que já passei dentro do carro já vi das mais diversas mercadorias sendo comercializadas. Vou escrever aqui o que lembro: cartão telefónico, mangueira e registro para gás de cozinha, violino, ferro de passar, bacalhau, aparelho de medir pressão, raquete de pernilongo, maleta de ferramentas, tampa para vaso sanitário, sapatos… Depois eu vou escrevendo se ver mais alguma coisa exótica, hehe.
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